January 27, 2009

Sinceridade e preocupação...

"Olá! Tudo bem?"

São, provavelmente, as palavras que mais ouvimos por dia nos sitios onde "trabalhamos" - entenda-se "passamos os dias". Por pessoas que conhecemos há anos, por pessoas que conhecemos há uma semana, por gente que, por vezes, nem conhecemos.

Até que ponto são palavras sinceras? Eu escrevo mas, de certa forma, sou igual. Muitas vezes por dia profiro este "cumprimento". Poucas vezes estou mesmo preocupado se as pessoas estão realmente bem ou mal. Elas têm que merecer que eu me preocupe.

Chama-se a isto "cumprimento por cortesia". É triste mas, a bem da verdade, é melhor que nada.

Com esta onda dos "cumprimentos por cortesia", faz-me lembrar uma situação da minha infância. Não é que eu seja muito velho, mas...

Andava eu no meu 10º ano - quinze anos, portanto - e tinha vários colegas que se achavam superiores a mim. Digamos que nunca foi uma coisa que me incomodasse muito mas, por vezes, podia ser inconveniente...

Então, eu tinha um colega - vou falar dele porque é o único que se enquadra nos "cumprimentos de cortesia" - que se achava melhor que eu só porque ele dava dois beijos, ou melhor, dois encostos de cara, e dizia "Olá. Tudo bem?" a uma rapariga que, verdade seja dita, era bem jeitosa. Nunca passou disso. Nem de uma rapariga jeitosa, nem de um cumprimento de cortesia.

Ele ficava feliz por a rapariga não querer saber dele. Mas para ele - e já sendo mauzinho - aquele era o ponto alto da "carreira". Pode parecer estúpido, mas não é.

Do grupo de "amigos" que éramos, eu era o "patinho feio". Era o menino "mais ou menos" certinho, o menino que largava a rotina para inovar, que procurava experiências novas.
Conhecer gente nova, fazer algo que os outros não faziam. E era, claramente, censurado por isso.

Passados quase seis anos - três de secundário e três após -, devo dizer que me sinto bem melhor. Estou quase licenciado e com um bom emprego em vista. Sei que não é, nem nunca será, a melhor atitude... nem mesmo a mais correcta mas, digamos que vou ter um prazer especial ao ver a cara deles de frustração, típica de quem falou de mais. Mas eu não sou assim, não me faço de maior nem melhor que os outros porque, como todos sabemos, um dia o azar pode bater à nossa porta...

Para finalizar, proponho um desafio: peguem numa caneta e numa folha de papel antes de sairem de casa num dia normal. Apontem quantas vezes vocês dizem "Olá, tudo bem?" e quantas vezes essa frase é proferida a vocês. Depois, apontem quantas vezes a disseram de forma sentida e quantas vezes acharam que vos disseram da mesma forma. Aposto que os valores vão ser bastante díspares...

Regards,
Cpt. Hs. Gómez

1 comment:

  1. Gostei sobretudo daquel parte em que dizes "na minha infância" xD Com 15 anos eu diria adolescência :P
    Agora mais a sério, gostei do post e verdade seja dita, tens ~razão.. quantas vezes não dizemos "olá, tudo bem?" so msm naquela.. ok, tnh k o/a cumprimentar, e o resto?Se questionamos a pessoa sobre o seu estado de espirito (por assim dzr), pk não tentar perceber se a resposta é sincera ou n?Pk não nos preocupamos relamente? Tantos pk's.... Acho que cada x mais nos preocupamos menos com os outros, infelizmente, e isso acaba por nos deixar num cantinho, longe de muitos...:\ Não kero chegar a esse ponto!

    Beijinhoooos ugly duck ^^

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